sábado, 30 de setembro de 2006

Auckland

Sim, eu to aqui!
E dai?

Sistema de transporte de merda.
Com a comida da pra se virar.
Tudo eh caro, ou seja, mesmo preco que em real, so que se paga em dolar.
Cidade grande, limpa e cosmopolita.
Gente de todo o mundo mas mesmo assim nao sem ter discrinacao, os maoris (povo nativo) costuma arranjar briga com gringo e fica mandando eles voltarem pra casa...essas coisas...Eles sao fortes e grandes, so pra constar.
Rugby eh o futebol.
All Blacks sao deuses.
As praias sao lindas, mar verde, cidade da vela. Me sinto em casa, praias como as de Angra e Fernando de Noronha, so coisa feia,rs.
Pessoas bonitas, mas quando sao feias parece que pediram pra serem feias e deu eco, putaqueopariu.
Cultura...Chineses, koreanos, japoneses tem suas regras e o resto tem as deles. Eh so entrar nas lojas e reparar.
Ir para o parque e sentar na grama, enquanto se ve os rapazes e as garotas jogar rugby eh o programa de fds, sinto falta do meu skate.
Os brasileiros sao um saco e se acham por cima da carne seca, mentira. Os que estao a mais tempo aqui quase nao ajudam, tipo que falam, 'me fudi, agora se fode ai'. Mas se acha um que ajuda mesmo, eles sao super gente fina, mas eh dificil.
Nao achei nem um pouco dificil de se adaptar aqui. Nao passei ainda por dramas e vontades de voltar pra casa, sinto saudade, mas isso eh normal.
Ainda nao mandei carta pra ninguem, mas ja escrevi algumas....quando der eu posto, eh barato, mas demora pra chegar.
Tem a 'hemp store' que nao vende maconha, mas vende todos os acessorios e umas pilulas que dao uma ressaca horrorosa, segundo relatos. Nao pretendo tentar.
Vou comecar a trabalhar semana que vem num bar/restaurante, na cozinha. Trabalho de imigrante, mas continua sendo trabalho.
Estou em homestay, mas saio em duas semanas e depois vou rachar um flat com alguem.
Tudo bem por aqui, nenhum choque cultural ou qualquer tipo de trauma gerado. So mais uma cidade grande. To me virando, nao sou quadrada.
Estou me virando muito bem por sinal...

Afinal, cidada do mundo eu sou!

domingo, 24 de setembro de 2006

Saudade

Bom, faz uma semana q eu estou em terra estrangeira
Passei incrivelmente bem
Estou realmente amando Auckland, e toda essa experiencia, fato.
Nao fiz amigos, nem estou andando com mil pessoas alegres e felizes, todas contentes com tudo, nao!
To sozinha, mas muito bem assim. Curtindo um momento so meu.
Me perdendo com um monte de alemao na floresta.
Indo com um bando de brasileiros pruma praia cheia de coisa de vulcao, e jogado futebol.
Indo a galeria de arte e vendo muitas coisas que me dao um aperto de saudade que so eu entendo.
Os brasileiros que aqui estao grudam em mim, mas eu nao quero ficar muito perto deles, primeiro porque pretendo aprender ingles, segundo que eu prefiro ficar sozinha mesmo.
Nao encontrei ninguem legal pra ser meu amigo ainda, mas tambem nao estou com pressa.
Estou procurando emprego e economizando mais do que eu posso, so gasto com comida mesmo.
Sempre que me sinto sozinha, penso no quanto vou ter que trabalhar e nas coisas que tenho q fazer pra tomar coragem pra poder juntar dinheiro pra ver meus amigos e quem amo.
Tento tirar forca ate desse vento gelado, e muitas vezes consigo. Mas as vezes so da vontade de pegar a carta que fez pra mim, ficar lendo, abracar o juca, e me trancar no quarto. Mas so faco isso a noite quando ja corri atras de tudo que preciso e ja estou devidamente alimentada. Tudo no seu devido espaco de tempo.
Aqui eh fenomenal, seria perfeito se tivesse todos aqui, mas nada eh perfeito...e a perfeicao tem q ser muito bem esculpida, entao estou indo a luta, em busca do melhor.
Sei que tudo que to fazendo eh em busca de algo maior, vale a pena passar por isso. E acho que eh lidando com as coisas assim que eu to conseguindo ir tao bem e o melhor, indo feliz, em busca do meu futuro.
Saudade...nao sinto falta da cidade ainda, nem dos bares, nem das praias. Sinto falta dos olhares, dos abracos, da compreensao, das conversas sinceras, do simples estar, de escutar, de fazer parte atuante na vida dos que me rodeiam e que tanto amo, de ter o poder de tirar um sorriso de um rosto amigo antes angustiado (que felicidade que isso da).

Mas as vezes so queria um abraco apertado e despretencioso, bastava.

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Blau (now in english)!

Ha!

Nao era pessoal! Estou longe pra caramba como a maioria ja sabe e se nao sabe fica sabendo agora.
Meu visto foi negado pro Canada, mas como pude perceber aqui (onde 80% dos estudantes sao brasileiros) a mairia dos estudantes incluindo os nao-brasileiros so estao aqui porque seus vistos foram negados e 80% de todos os estudantes pretendiam ir pra onde? Canada! Sim senhor, canada ta dando pe na bunda ate pra suico! Fico mais feliz assim...

Bom isso era alguma coisa q nao tinha contado pra ninguem ainda...

Ah...deixa eu ver...ja falei tanto daqui...
Bom conheci a Sky Tower, eh claro que eu nao paguei pra subir la. Fui num jardim na mesma rua, lindo tambem, cheio de flor e coisa e tal. Afinal, tudo aqui eh muito verde, florido e bem cuidado, sabe como eh coisa de primeiro mundo no hemisferio sul de nosso amado planeta. Nao temos so de estranho o fato de termos uma qualidade de vida de primeiro mundo no hemisferio sul, tambem temos mamiferos que parecem patos e passaros que nao voam (ornitorrinco e kiwi, o bicho nao a fruta, raios). Ja fui a praia tambem, mas o que vale mesmo eh a vista, pq a praia q eu fui nao tinha nada de mais a nao ser o fato q de noite (no verao, pq agora ta muito frio pra conseguir ficar a noite num lugar daqueles) tem varios lugarzinhos legais ali bom de dar um amasso, fica a dica, mas como nao tenho o nome da praia a dica fica incompleta..rs

Moro numa rua igual ao do seriado 'Desperade Housewifes', e minha homestay e legalzinha, igual daqueles filmes romanticos americanos. Como bom pais colonizado por ingleses, a mao eh inglesa, nao pense besteira ate porque acho que eles nao devem ser bons de cama, os carros andam dos lados opostos. Ah, as pessoas sao bonitas, mas quando sao feias parece que pediram pra serem feias num vale que da eco! puta merda.

Tudo eh muito bem conservado e limpinho...essas coisas q sempre escutamos desse tipo de lugar...aqui nao foge a regra

A comida...tem mc donalds...rs Mas tb tem muita coisa oriental. 10% da populacao aqui eh oriental, tem japa, chines e koreano pra todo lado. Logo, tambem tem restaurante desse tipo pra todo lado.

Ainda nao estou com um pingo de saudade do brasil. E desculpa pra todos, nao pretendo ficar com saudades.

Meu curso eh bem legal e como ja disse tem 80% dos estudantes brasileiros, a maioria do sul. Em vez de aprender ingles to aprendendo como os sulistas falam. To com um sotaque bravo do sul.

Cansei

Aqui e foda e isso basta.

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Last Night

Bla bla bla bla bla
Todo mundo deu seu palpite
Sugestão
Conselho
E bla bla bla bla
Tai, amanha vuminbora

Claro que antes vou almoçar na casa de minha vovó e receber os ultimos paparicos..rs

Juízo, cuidado, ninguem vai estar lá, juízo. Foram as coisas que eu mais escutei nesses ultimos meses.
Vamos lá: Juízo, nunca usei muito, então to levando todo meu estoque pra lá, e é grande...
Cuidado, sempre tomo cuidado oras, não sou suicida.
Ninguém vai estar lá, mentira! Vai ter um monte de gente lá oras, só não conheço ninguém.
Juízo, ah... vamos lá... vai dar tudo certo... RELAXA.

Hehehe

Amo-te todos, todos sabem quem eu amo. Amando assim somente quem eu amo.

Por mais que eu saiba, tenha expectativas, e lalalá. Somente no domingo estarei ciente do que me aguarda, ou pelo menos começando a saber. O resto...resto.

Não estou ansiosa, talvez por estar consciente, as vezes por não ter noção do que estou fazendo...não sei ainda.

Bom, um chopp me aguarda e não troco net pelas pessoas, então...

Fui-me eu.

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Não pude resistir

The poetry of Ewan Mcteagle:

If you could see your way to lending me sixpence.
I could at least buy a newspaper.
That's not much to ask anyone.

To Ma Own beloved Lassie.
A poem on her 17th Birthday.
Lend us a couple of bob till Thursday.
I'm absolutely skint.
But I'm expecting a postal orderand
I can pay you back as soon as it comes.
Love Ewan

Can I have fifty pounds to mend the shed?
I'm right on my uppers.
I can pay you back
When this postal order comes from Australia.
Honestly.Hope the bladder trouble's geting better.
Love, Ewan

Oh gie me a shillin' for some fagsand
I'll pay yer back on Thursday, but if you wait till Saturday
I'm expecting a divvy from the Harpenden Building Society

What's twenty quid to the bloody Midland Bank?

"esquete do Monty Phyton do documentário sobre o poeta escocês McTeagle, basicamente a correspondência de um fudido que fica pedindo dinheiro emprestado analisada como se fosse uma puta obra literária... "

Copiado e colado na cara dura da confraria mais sem o que fazer da internet.

sábado, 9 de setembro de 2006

Nada

Sexta-feira a noite.
Sozinha no Rio de Janeiro.
Sem dinheiro (pra variar)
Em casa (dessa vez sou visita).
Quando vem a brilhante ideia: Vou escrever nada no meu blog.
Nao que nada tenha acontecido nos ultimos dias, ou algo de relevante acontecesse. Simplesmente to com preguiça de contar o que houve.
Sabe, aquela coisa, de tipo...Pra que ficar faladno dessas coisas por ai, ao lel...
To feliz, feliz pra caralho. Todo sabem porque, então, pq afinal ficar escrevendo e detalhando (no que afnal sou pessima de fazer)?
Assim...
To no Rio, ta todo mundo lá, eu aqui.
Acho que porque sei que terei de ficar longe de todos muito tempo, e como ja to num processo, tenho medo de reaver e fuder com meu preparativo piscologico.

Meu endereço chegou hoje, confirma do, Auckland, New Zeland. Longe pra dedéu!
Pra todos que um dia rezaram em me ver longe...nem eles pensaram em tanto!

Uma porrada de abutre ja sobrevoa, foda...nem esperam o corpo esfriar...
BOBONA, na testa, em neon, piscando, e tocando musiquinha de caminhão de gás.
Foda...
Esculhambação (palavra feia pra burro!)

Uma lua... Laranja...
Grande. Parecia aqui pertinho.
Foi tão bom de ver
Estava aqui do lado
A cabeça não para de pensar.
Na serra
olhando no mar.
To pronta
Com a força que precisava
Tudo vai ficar certinho, tudo correndo bem.
Como foi bom de ver que tenho força
E que confia em mim.
Vou fazer tudo
Batalhar pra caralho
Tudo vai se resolver
Temos o caminho
Um dia escutei,
Acima do medo, coragem.
E fui!
Vou de novo, e de novo, e de novo...

Tudo fica calmo
nitido
claro
certo.
Não tenho medo.
To certa do que quero
Os meios, ah...são só meios....
O final, incerto, certo, lá.
Acima do medo, coragem.
Nada vem sem antes se batalhar muito
A guerra é agora
To pronta, metendo a cara a tapa
Vambora
Eu quero.

Pra quem não ia falar nada...

sábado, 2 de setembro de 2006

Peruibe

Nome estranho né?

Mas é nessa cidadezinha do litoral sul de São Paulo que passei boa parte das minhas férias de verão infantis.
Meus avós e bisavó moram aqui desde que me conheço por gente.
Tem praia com onda (coisa que era sempre absoluta novidade pra quem vivia nas águas mansas de Angra), fato que deixava o avô desesperado quando nos via correndo mar adentro (altos caldos e boas histórias).
Praia de areia preta, com uma capacidade de fazer altos castelos, grudar na pele que só ela (claro que isso nos instigava a sempre fazer uma "guerrinha" em que: um sempre saia chorando -perdedor-, outro com areia preta grudada ate no cérebro e um correndo 1500m sem olhar pra trás com medo de uma vingança cruel).
Banho na mangueira quando volta da praia, pra não levar areia pra dentro de casa e mais motivos pra pertubar os outros.

Pausa pra explicação, "outros" consistem em: minha irmã mais velha e meu irmão mais novo. Todos plugados no 220v e capacidade de implicância elevada a quita potência.

Voltando...

Meus avós portadores de uma rotina impecável durante o ano, eram obrigados a ceder a esses "benditos" netos, criando um exemplo clássico do "Não pode com eles, junte-se a eles". Mas não em tudo, é claro. Meu velho comunista não deixaria três crianças mudarem seu estilo de vida, e como a velocidade de seu chinelo era sempre mais rápida que o poder de entender o que estava acontecendo...
A tarde, durante o sagrado cochilo após o almoço, eramos obrigados a brincar em silêncio pelo quintal (que consistia em: garagem aberta -onde vira e mexe tentavamos cavar um buraco até a China, sempre sem sucesso graças a uma grande pedra que rendeu muitas histórias sobre sua origem- uma horta -cheia de coisas verdes e coloridas que sempre faziamos cara feia pra comer- a casa da Bisavó Maria, e uma oficina - terminantemente proibida durante as tardes de cochilo -). Tu achas mesmo que ficavamos em silêncio com esse parque de diversões de graça? Às vezes, depois de gritos e corridas com chinelo na mão.

Depois do cochilo, meu avô nos levava a praia (porque o sol estava mais baixo). Na volta tinha picolé.

Tinha o café da tarde, com pão com mantega (coisa que só comiamos aqui, lá em casa era tudo margarina) e café com leite. E só depois a tv era liberada (coisa proibida a tarde também).

A noite iamos a Praça, com direito a coreto e "pastel da praça". Mas antes passavamos no parquinho de uma senhora que ficava pertinho da praça, com "montanha russa", xícara (saiamos todos tontos de tanto rodar) e outros briquedos. Cada um tinha direito a ir em três briquedos, mas os de sempre eram esses ai.

Isso era o básico, tinha outras coisas que tiveram em um verão ou outro como o TOBOAGUA, sim em maiusculo mesmo, era o auge!!! Enoooooooooooorme, e claro sonho de consumo durante todo o verão...fomos uma vez...

Ah...foi sempre muito bom, era praticamente a "temporada de engorda", porque minha vó fazia a gente comer pra caramba, tudo comida gostosa. Eu chegava em casa e até parecia uma criança normal, depois voltava a parecer subnutrida (vai ser magra assim na casa do inferno).

Hoje não sou mais tãaaaaaaao magra, mas tb não to gorda (ainda...acabo achando que me jogaram tanta praga por ser magra que vou morrer uma bola).

Este lugar ainda instiga o sonho e me faz fechar a porta do quarto com medo de lobisomen. Me faz lembrar dos bons valores do homem e me da força pra lutar (deve ser a comida que pra sempre será gostosa).

IH! Quase que esqueci, aqui também tinhamos todos os remédios tirados ou do quital ou da casa da vizinha. Chazinho pra tudo (de rosa branca, boldo e outros troços) e salicinia, que dizem por aí que cura ate câncer, tacava salicinia em tudo. Troço verde, com cheiro esquisito, misturado com álcool e que ardia horrores em cima dos machucados (que não eram poucos...).

Enfim, uma infância saudável e feliz. Com brigas pela controlada tv, briga pela prancha na praia, briga pra não tomar banho, pra tomar banho primeiro, pela enxada maior, pela enxada menor, pelo pedaço maior de costelinha ou de rabada...Briga por tudo, afinal somos 3 irmãos e queremos atenção!