Peruibe
Nome estranho né?
Mas é nessa cidadezinha do litoral sul de São Paulo que passei boa parte das minhas férias de verão infantis.
Meus avós e bisavó moram aqui desde que me conheço por gente.
Tem praia com onda (coisa que era sempre absoluta novidade pra quem vivia nas águas mansas de Angra), fato que deixava o avô desesperado quando nos via correndo mar adentro (altos caldos e boas histórias).
Praia de areia preta, com uma capacidade de fazer altos castelos, grudar na pele que só ela (claro que isso nos instigava a sempre fazer uma "guerrinha" em que: um sempre saia chorando -perdedor-, outro com areia preta grudada ate no cérebro e um correndo 1500m sem olhar pra trás com medo de uma vingança cruel).
Banho na mangueira quando volta da praia, pra não levar areia pra dentro de casa e mais motivos pra pertubar os outros.
Pausa pra explicação, "outros" consistem em: minha irmã mais velha e meu irmão mais novo. Todos plugados no 220v e capacidade de implicância elevada a quita potência.
Voltando...
Meus avós portadores de uma rotina impecável durante o ano, eram obrigados a ceder a esses "benditos" netos, criando um exemplo clássico do "Não pode com eles, junte-se a eles". Mas não em tudo, é claro. Meu velho comunista não deixaria três crianças mudarem seu estilo de vida, e como a velocidade de seu chinelo era sempre mais rápida que o poder de entender o que estava acontecendo...
A tarde, durante o sagrado cochilo após o almoço, eramos obrigados a brincar em silêncio pelo quintal (que consistia em: garagem aberta -onde vira e mexe tentavamos cavar um buraco até a China, sempre sem sucesso graças a uma grande pedra que rendeu muitas histórias sobre sua origem- uma horta -cheia de coisas verdes e coloridas que sempre faziamos cara feia pra comer- a casa da Bisavó Maria, e uma oficina - terminantemente proibida durante as tardes de cochilo -). Tu achas mesmo que ficavamos em silêncio com esse parque de diversões de graça? Às vezes, depois de gritos e corridas com chinelo na mão.
Depois do cochilo, meu avô nos levava a praia (porque o sol estava mais baixo). Na volta tinha picolé.
Tinha o café da tarde, com pão com mantega (coisa que só comiamos aqui, lá em casa era tudo margarina) e café com leite. E só depois a tv era liberada (coisa proibida a tarde também).
A noite iamos a Praça, com direito a coreto e "pastel da praça". Mas antes passavamos no parquinho de uma senhora que ficava pertinho da praça, com "montanha russa", xícara (saiamos todos tontos de tanto rodar) e outros briquedos. Cada um tinha direito a ir em três briquedos, mas os de sempre eram esses ai.
Isso era o básico, tinha outras coisas que tiveram em um verão ou outro como o TOBOAGUA, sim em maiusculo mesmo, era o auge!!! Enoooooooooooorme, e claro sonho de consumo durante todo o verão...fomos uma vez...
Ah...foi sempre muito bom, era praticamente a "temporada de engorda", porque minha vó fazia a gente comer pra caramba, tudo comida gostosa. Eu chegava em casa e até parecia uma criança normal, depois voltava a parecer subnutrida (vai ser magra assim na casa do inferno).
Hoje não sou mais tãaaaaaaao magra, mas tb não to gorda (ainda...acabo achando que me jogaram tanta praga por ser magra que vou morrer uma bola).
Este lugar ainda instiga o sonho e me faz fechar a porta do quarto com medo de lobisomen. Me faz lembrar dos bons valores do homem e me da força pra lutar (deve ser a comida que pra sempre será gostosa).
IH! Quase que esqueci, aqui também tinhamos todos os remédios tirados ou do quital ou da casa da vizinha. Chazinho pra tudo (de rosa branca, boldo e outros troços) e salicinia, que dizem por aí que cura ate câncer, tacava salicinia em tudo. Troço verde, com cheiro esquisito, misturado com álcool e que ardia horrores em cima dos machucados (que não eram poucos...).
Enfim, uma infância saudável e feliz. Com brigas pela controlada tv, briga pela prancha na praia, briga pra não tomar banho, pra tomar banho primeiro, pela enxada maior, pela enxada menor, pelo pedaço maior de costelinha ou de rabada...Briga por tudo, afinal somos 3 irmãos e queremos atenção!
Mas é nessa cidadezinha do litoral sul de São Paulo que passei boa parte das minhas férias de verão infantis.
Meus avós e bisavó moram aqui desde que me conheço por gente.
Tem praia com onda (coisa que era sempre absoluta novidade pra quem vivia nas águas mansas de Angra), fato que deixava o avô desesperado quando nos via correndo mar adentro (altos caldos e boas histórias).
Praia de areia preta, com uma capacidade de fazer altos castelos, grudar na pele que só ela (claro que isso nos instigava a sempre fazer uma "guerrinha" em que: um sempre saia chorando -perdedor-, outro com areia preta grudada ate no cérebro e um correndo 1500m sem olhar pra trás com medo de uma vingança cruel).
Banho na mangueira quando volta da praia, pra não levar areia pra dentro de casa e mais motivos pra pertubar os outros.
Pausa pra explicação, "outros" consistem em: minha irmã mais velha e meu irmão mais novo. Todos plugados no 220v e capacidade de implicância elevada a quita potência.
Voltando...
Meus avós portadores de uma rotina impecável durante o ano, eram obrigados a ceder a esses "benditos" netos, criando um exemplo clássico do "Não pode com eles, junte-se a eles". Mas não em tudo, é claro. Meu velho comunista não deixaria três crianças mudarem seu estilo de vida, e como a velocidade de seu chinelo era sempre mais rápida que o poder de entender o que estava acontecendo...
A tarde, durante o sagrado cochilo após o almoço, eramos obrigados a brincar em silêncio pelo quintal (que consistia em: garagem aberta -onde vira e mexe tentavamos cavar um buraco até a China, sempre sem sucesso graças a uma grande pedra que rendeu muitas histórias sobre sua origem- uma horta -cheia de coisas verdes e coloridas que sempre faziamos cara feia pra comer- a casa da Bisavó Maria, e uma oficina - terminantemente proibida durante as tardes de cochilo -). Tu achas mesmo que ficavamos em silêncio com esse parque de diversões de graça? Às vezes, depois de gritos e corridas com chinelo na mão.
Depois do cochilo, meu avô nos levava a praia (porque o sol estava mais baixo). Na volta tinha picolé.
Tinha o café da tarde, com pão com mantega (coisa que só comiamos aqui, lá em casa era tudo margarina) e café com leite. E só depois a tv era liberada (coisa proibida a tarde também).
A noite iamos a Praça, com direito a coreto e "pastel da praça". Mas antes passavamos no parquinho de uma senhora que ficava pertinho da praça, com "montanha russa", xícara (saiamos todos tontos de tanto rodar) e outros briquedos. Cada um tinha direito a ir em três briquedos, mas os de sempre eram esses ai.
Isso era o básico, tinha outras coisas que tiveram em um verão ou outro como o TOBOAGUA, sim em maiusculo mesmo, era o auge!!! Enoooooooooooorme, e claro sonho de consumo durante todo o verão...fomos uma vez...
Ah...foi sempre muito bom, era praticamente a "temporada de engorda", porque minha vó fazia a gente comer pra caramba, tudo comida gostosa. Eu chegava em casa e até parecia uma criança normal, depois voltava a parecer subnutrida (vai ser magra assim na casa do inferno).
Hoje não sou mais tãaaaaaaao magra, mas tb não to gorda (ainda...acabo achando que me jogaram tanta praga por ser magra que vou morrer uma bola).
Este lugar ainda instiga o sonho e me faz fechar a porta do quarto com medo de lobisomen. Me faz lembrar dos bons valores do homem e me da força pra lutar (deve ser a comida que pra sempre será gostosa).
IH! Quase que esqueci, aqui também tinhamos todos os remédios tirados ou do quital ou da casa da vizinha. Chazinho pra tudo (de rosa branca, boldo e outros troços) e salicinia, que dizem por aí que cura ate câncer, tacava salicinia em tudo. Troço verde, com cheiro esquisito, misturado com álcool e que ardia horrores em cima dos machucados (que não eram poucos...).
Enfim, uma infância saudável e feliz. Com brigas pela controlada tv, briga pela prancha na praia, briga pra não tomar banho, pra tomar banho primeiro, pela enxada maior, pela enxada menor, pelo pedaço maior de costelinha ou de rabada...Briga por tudo, afinal somos 3 irmãos e queremos atenção!
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